Viva a diferença!

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”. (Is. 55:8,9)
Realmente, não estamos na mesma dimensão.
Nós imaginamos a preservação do corpo; o Senhor pensa na salvação da alma.
Nós sonhamos com um aumento de salário, uma promoção; o Senhor pensa em ressuscitar os mortos.
Nós evitamos a dor, o sofrimento, e procuramos a paz; o Senhor usa a dor e o sofrimento para trazer a paz e o conhecimento.
Nós decidimos: “Eu vou viver antes de morrer”; o Senhor instrui: “Morra para poder viver”.
Nós amamos o que dura pouco; Ele ama o que permanece para sempre.
Nos alegramos com o nosso sucesso; Ele se alegra com as nossas confissões.
Nós falamos ao vento e muitas vezes não produzimos nada com elas; a palavra dEle nunca volta vazia e sempre cumpre o seu propósito.
Nós olhamos para o modelo com o sorriso de um milhão de dólares e pensamos em ser como ele; Deus mostra o carpinteiro crucificado, com os lábios ensanguentados e o lado perfurado e diz: “Seja como Ele”.
Nós precisamos ser guiados. Ele guia.

(adaptado)

Bobinhos...

Então Jesus contou a seguinte parábola: —As terras de um homem rico deram uma grande colheita.
Então ele começou a pensar: “Eu não tenho lugar para guardar toda esta colheita. O que é que vou fazer?
Ah! Já sei! —disse para si mesmo. —Vou derrubar os meus depósitos de cereais e construir outros maiores ainda. Neles guardarei todas as minhas colheitas junto com tudo o que tenho.
Então direi a mim mesmo: ‘Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se.’”
Mas Deus lhe disse: “Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?”
Jesus concluiu: —Isso é o que acontece com aqueles que juntam riquezas para si mesmos, mas para Deus não são ricos. (Lc. 12:16-21)
Agora leia de novo:
“Ele pensou [consigo mesmo]: ‘O que [eu] vou fazer? [Eu] Não tenho onde armazenar [minha] colheita’. Então [ele] disse: ‘[Eu] Já sei o que vou fazer. [Eu] Vou derrubar os [meus] celeiros e construir maiores, e ali [eu] guardarei toda a [minha] safra e todos os [meus] bens, armazenados para muitos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se.”
Eu. Eu. Meu. Minha. Eu. Eu de novo. Meus. Eu. Eu.
Esse homem rico da parábola concentrou a sua vida no meio da palavra D-EU-S. Até quando ele tava falando em terceira pessoa, ele tava falando com ele mesmo. Acho que, nos sonhos dele de construir celeiros maiores, com certeza ele quase chegou a visualizar o ego dele batendo no teto do novo celeiro. Só pode.
Ele juntou o bastante para comer, para beber e para descansar. Se mudou do Ceará pra Califórnia, comprou uma mansão no bairro dos atores de cinema, mobiliou, descarregou sua mudança. Encheu suas contas bancárias e ainda sobrou pra comprar um Hummer, contratar uns empregados. Aí só restou vestir o calção de banho e pular na piscina olímpica da sua casa nova. Pena que ele esqueceu de enchê-la. Mergulhou de cabeça no concreto e acordou na presença de Deus, que não estava nem um pouco impressionado com seu portfólio. Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?
Ele foi à pessoa errada com a pergunta errada. O problema não foi ele ter planejado, mas seus planos não incluírem Deus. Seu problema foi sua arrogância. Aí Deus vem e faz um lembrete: O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR (Pv. 16:1). Ou, se você preferir: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos (Is. 55:8,9). Qualquer um serve.
Ele caiu no mesmo erro do pessoal que foi construir a torre de Babel, cujo lema era: “Quanto mais você amontoar, mais seguro estará.” E foi o que eles fizeram: acumularam bastante. No final, sua torre ficou tão alta que eles tinham dor no pescoço só de olhar pra ela. De repente, Deus chegou e confundiu todo mundo: eles não falavam mais coisa com coisa.
É, parece que o medo nunca na história foi famoso por sua lógica. Por que iria ser hoje? E é porque a lógica nem é tão complicada assim.
Realmente, se não existisse Deus, guardar coisas seria o melhor caminho para um futuro incerto. Mas Deus existe e ele não quer que nós confiemos em nós mesmos e no que somos capazes de guardar. E nós sabemos disso. A questão é que nós, na qualidade de ovelhas, nem sempre somos muito inteligentes. Precisamos mesmo de alguém que nos socorra.
Acho que o importante daqui é lembrar de uma coisa bem simples: não foi o Tio Patinhas que criou o mundo. Deus o criou.

(adaptado)

A cegueira de todos nós

Sabe aquele momento da vida em que todos nós queremos aprender a dar o laço no cadarço? É uma prova de independência! Queremos provar que podemos fazer sozinhos já. Pois é. Meu amigo Max (Lucado), conta que uma vez um amigo dele viu um exemplo da aflição de sua filha de 6 anos de idade: ela tava apressada pra ir pra escola e deu um nó nos cadarços. Sentou na escada e colocou a cabecinha pra funcionar naquele emaranhado. O ônibus da escola estava vindo, os minutos estavam passando e ela nem parou pra pensar que o pai estava do lado dela, disposto a ajudar assim que ela pedisse. De repente, suas mãozinhas começaram a tremer e as lágrimas a cair. Finalmente, em uma expressão de total frustração, ela abaixou a testa nos joelhos e começou a chorar copiosamente.
Esse é um retrato em tamanho infantil da preocupação destrutiva. Mas tem vários retratos em tamanho maior. Como os discípulos, por exemplo.
Às vezes que tento me colocar no lugar de Deus pra tentar adivinhar o que ele sente com determinadas coisas que nós, humanos-bichos-esquisitos, ousamos fazer. É como disse uma pessoa hoje e como a própria Bíblia nos diz: Deus sente tudo que sentimos, mas de forma exagerada, intensificada.
Dá pra imaginar o que Jesus sentiu quando, no mar, no meio de uma tempestade, enquanto ele estava ali bem ao alcance dos discípulos-puxas-saco, ele foi o último a ser chamado, como a última carta do baralho? Os incrédulos dos discípulos já tinham tentado de tudo, chegado ao desespero, e só depois chamaram Jesus. E ele simplesmente acordou, levantou seus braços grandes e poderosos e ordenou ao mar e ao vento que se acalmassem. E, acredite se quiser, eles se acalmaram!
É aí que eu aprendo que eu tô junto com os discípulos nesse retrato em tamanho maior. Nós muitas vezes passamos por tempestades na vida e fazemos o mesmo: depois de termos tentado de tudo é que chamamos Deus pra intervir. É aí que eu aprendo também que Deus não sai do nosso lado, mesmo nas situações mais difíceis. Pode até parecer que ele está dormindo e não liga pra você, mas é aí que ele enxerga a grande oportunidade pra te mostrar o poder que ele tem sobre o universo e sobre você, especialmente.
Já pensou também na segunda multiplicação de pães? É, porque na primeira não deu nem tempo pros discípulos duvidarem direito porque daonde que eles iam imaginar que Jesus ia orar e fazer alguns pães e poucos peixes se multiplicarem daquele jeito? Mas na segunda multiplicação, mesmo já tendo visto a primeira, eles ainda duvidaram! Eles foram capazes de pensar: Bem, vejamos. Temos alguns pãezinhos, uns peixinhos... e agora?! Pararam a contagem e se preocuparam ao invés de pensar: Temos esses pães, esses peixes e... Jesus! Mesmo depois de andarem com ele já há algum tempo, vendo curar milagrosas, ouvindo de camarote os ensinamentos da boca do próprio JC e ainda pegando restos de poder dele pra curar também um aqui e outro acolá! O que será que Jesus sentiu?
É aí que eu aprendo que, mesmo na dor, na angústia, Deus é providencial. Ele não deixa faltar alimento, água e amor para aqueles que, mesmo duvidando de vez em quando, o seguem.
É aí que eu me pergunto, 2009 anos depois que tudo isso e tantas coisas mais aconteceram (porque deu tempo pra incontáveis outros milagres): Por que eu ainda duvido?
Espero que, em meio a todas as coisas que Deus sente diante disso, haja espaço pra misericórdia. E há. E sempre houve. E sempre haverá.

E agora, mané?

Isaías 43:18 diz assim: “não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas.”. Andando mais um pouquinho pra frente, no 46:9 diz assim: “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade”. E agora? O que Deus realmente quer que a gente faça? Lembra ou não lembra? Faz ou não faz? Confuso? Não! Basta prestar atenção para entender.
O 43:18 tá falando que nós devemos nos esquecer de nossos pecados, não considerá-los mais porque já foram perdoados. Deus desfaz as nossas transgressões como a névoa e os nossos pecados como a nuvem porque ele nos remiu (Is. 44:22) e disso não se lembra mais. Quando isso acontece, ele nos chama pelo nome e passamos a ser dele. Ele queria tanto nos resgatar, porque ele simplesmente não suportava a ideia de passar a eternidade sem nós, que fez o maior dos sacrifícios: fez o próprio filho dele, de natureza divina, se tornar homem e aguentou vê-lo sofrer de tudo (levou murro, cuspida na cara, teve que aguentar todo mundo duvidando dele, falando mal, teve que ver seus filhos amados mandando crucificá-lo, etc.) e até morrer por nós! Depois disso, depois que ele mostrou esse amor todo por nós, não nos daria ele todas as coisas? (Rm. 8:32) Já parou pra pensar no que Jesus teve que trocar pra passar um tempo aqui no mundo, em troca de sofrimento e morte? Mas quando viu a condição em que o homem estava, não pôde resistir. O Billy (Graham) descreve algo como: os exércitos de anjos se curvaram com humildade e assombro celestial quando o Príncipe dos príncipes e Senhor dos senhores, que era capaz de se comunicar com os mundos no universo, entrou na sua carruagem coberta de joias, passou pelos portões de pérolas, atravessou os céus e, em uma noite escura na Judeia, enquanto as estrelas cantavam juntas e os anjos da escolta louvavam, saiu de sua carruagem, despiu suas roupas e tornou-se homem. Quase nada! Só deixar de ser divino por um tempo pra ser carne, deixar de estar ao lado de seu Pai pra estar do nosso, deixar a alegria transbordante de lado pra morrer na cruz, deixar sua noção divina de tempo pra marcá-lo com um relógio. Foi desprezado e humilhado (Is. 53:3), mas mesmo assim resolveu pegar nossas dores todas sobre seus ombros (Is. 53:4). Ele desejava nos sarar porque obviamente o pior não era sofrer fisicamente, mas ser ferido constantemente pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades (Is. 53:5). O trabalho de sua alma foi a justificação (Is. 53:11) e intercessão constante pelos quais ele estava morrendo. Ele queria ser o Salvador (Is. 43:3), aquele que é capaz de dizer: Os teus pecados foram perdoados. Esqueça deles porque eu mesmo já os deixei para trás e agora já tô é trabalhando em coisas novas para você (Is. 43:19). Tô fazendo brotar água no deserto (Is. 43:20), apagando os teus pecados, fazendo o impossível e derramando sobre ti o meu Espírito e as minhas bênçãos porque eu sou o Senhor (Is. 44:3). Não tenha medo porque eu sou contigo sempre (Is. 43:5), por amor de mim (Is. 43:25). Ao sofrer e morrer, cravou a mim e a você na palma de suas mãos (Is. 49:16) e prometeu cuidar de nós, sem nunca nos esquecer (Is. 49:15).
Depois, no 46:9, ele fala pra gente lembrar das coisas passadas e antigas. Mas agora é pra você não só lembrar, mas nunca esquecer o que Deus fez por você até hoje e fará daqui por diante. Ele te trouxe nos braços desde o ventre (Is. 46:3) e será contigo até a velhice. Não muda e será sempre o mesmo por todo esse tempo (Is. 46:4). Irá à tua frente te mostrando o caminho, abrindo as portas pra você passar (Is. 45:2), mostrando o que ele quer (Is. 45:11) porque ele está em ti e não há nenhum outro (Is. 45:14). Ele não fala em segredo, não tá a fim de esconder o que ele tem preparado, mas se revela a quem crê e a quem abre bem os ouvidos. Ninguém o busca em vão porque ele é justo e anuncia o que quer (Is. 45:19). Basta olhar para ele e seremos salvos. Todos. Porque ele é Deus (Is. 45:22), o único. A quem seria Ele semelhante depois de todas essas coisas? A quem seria comparado? (Is. 46:5). Lembrem disso e não se esqueçam. Se alegrem e voltem o coração para ele (Is. 46:8). Não se preocupem porque a justiça chega logo. Conta os dias porque a salvação não demora (Is. 46:13) e ele fará toda a Sua vontade.

Ramubrinká!

(Não. Não é propaganda do Beach Park)
Você vai precisar de:
1 folha de papel
1 caneta ou lápis
1 espelho
Imaginação (principalmente se você não souber desenhar)
Agora faça assim:
Pegue a caneta/lápis e o papel. Desenhe um caminhão na metade de cima da folha e outro igual na metade de baixo. Que bonito! Agora se olhe no espelho. Projete bem e desenhe você com uma mochila nas costas do lado de fora do 1º caminhão que você desenhou. No 2º caminhão, desenhe você de novo, mas agora dentro do caminhão e a mochila que tava nas suas costas você coloca ela jogada no chão do caminhão. Iiiiisso!!
Agora use a imaginação: Deus é o dono do caminhão (e seu também, mas como custa pra você entender, é melhor desenhar). Ele tá no comando, dirigindo lá na frente, levando adiante seus sonhos tão elaborados e supervisionando tudo. Aí ele vira pra você e manda você escolher como quer ir – em pé, carregando a mochila nas costas, enxergando apenas até onde vai a sua altura (1m65cm no meu caso) e sempre imaginando como seria se você estivesse no caminhão OU se você prefere pegar uma carona com ele, como no 2º caminhão, jogando a mochila no chão e descansando um pouco com as pernas pra cima enquanto assobia alguma coisa.
(Créditos pra minha amiga Paloma)
Às vezes eu me pergunto o que acontece com o não-tenhas-sobre-ti-um-só-cuidado-qualquer-que-seja-pois-um-somente-um-seria-muito-para-ti! Aí eu me lembro do meu amigo Max (Lucado), que escreve tão bem assim: “Jesus representa um órfão, que é a soma de muitas coisas. Como uma festa que não tem vinho, ele não tem nada pra celebrar, como um filho dignitário, está espiritualmente doente. Como um paralítico ou um mendigo, não consegue andar e este cego. Está faminto, mas a Terra não tem comida suficiente para alimentá-lo. Enfrenta uma tempestade tão severa como aquela da Galiléia, mas a Terra não tem uma bússola para guiá-lo. E, acima de tudo, está morto. Assim como Lázaro. Morto. Espiritualmente morto. Farei por ele o que fiz pelos outros. Vou lhe dar alegria, força, cura, visão, segurança, alimento e uma nova vida. Tudo isso é dele.”
Tudo isso é seu. O resto é com você.
Ah! Não se esqueça de colocar seu nomezinho no cantinho da folha pra você não esquecer que foi você que fez, viu?! =)

De graça??

Fala sério... alguém aqui sabe o que é graça nesses dias de hoje? Claramente não. Ligamos a TV e somos bombardeados com: "LUX, o sabonete que faz você brilhar, compre 1 e leve 2". Ou, "Protex-tem-que-lavar-as-mãos-toda-hora-pra-nõ-pegar-gripe-suína: compre 1 e leve outro de graça". De graça? Eles aumentam o preço antes da promoção pra depois a gente pensar que realmente saiu de graça, quando, na verdade, você está pagando pelos dois (é triste descobrir isso!).
Resultado: estão acabando com uma das palavras preferidas de Deus.
Graça é: favor I-MERECIDO. Ou seja, você não merece, mas ganha mesmo assim e realmente não paga nada por isso. E isso só acontece porque a graça, como dom de Deus, é inegociável! Não tem nada que a gente possa fazer para aumentá-la, embora muitas vezes tenhamos atitudes que diminuem a imerecibilidade da graça (o que não significa que ela mesma diminui).
Assim como nas propagandas-com-fins-lucrativos dos sabonetes (não sei pq só lembrei de sabão – talvez pq é o que nos lava, tira o grude..), a graça é um Lux-o (e faz você brilhar) e é Protex-ção (de coisas que você nem imagina). E não é propaganda enganosa, nem muito menos com fins lucrativos, e o pacote vem completo, sem que você tenha que pagar a mais por isso.
Mas também não adianta dormir no ponto. Mesmo não merecendo, Deus nos deu a graça para que a gente fosse capaz de entender o que significa ser imitador dele. Se não fosse pela graça, provavelmente não entenderíamos o ponto de vista de Deus ao deixar que Jesus morresse na cruz. E aí, onde ia parar essa história de salvação? Tava todo mundo lascado, essa é a verdade.
JC simplesmente veio e resolveu quebrar com a lei dos homens, chegando com a proposta da graça como favor imerecido. O nosso problema é que estamos tão acostumados com o fazer e receber algo em troca que acabamos limitando Deus ao achar que, se formos bonzinhos, se obedecermos nossos pais uma vezinha hoje ou ajudarmos um velhinho a atravessar a rua, vamos ser salvos e vamos pro céu por causa disso.
Por isso mesmo que JC fez questão de deixar claro pro jovem rico que pergunta o que ele pode fazer pra ser salvo. Ele diz que para nós, homens, é impossível o salvar-se. Ele não diz pouco provável ou muito difícil. Ele fala que é impossível. Porque a salvação é pela graça, que só ele tem, só ele entende, só ele dá.
E nós só podemos usar a fé pra chegar àquele que é o dono da graça.

Palavrinhas mágicas?

Descanse, tenha paciência, não se desespere.

Essa frase parece muitas vezes como palavrinhas mágicas soltadas aos ouvidos de pessoas que estão passando por momentos difíceis. Só que, na hora, por conta da cegueira que o sofrimento causa, elas não têm o mesmo sentido pra quem fala e pra quem ouve. Aqui vai uma tentativa praquele que ouve.

Descanse é des-canse. Isso significa deixar de se cansar, de se preocupar com o que você sabe que não pode fazer sozinho. Fazer algo diante de uma situação assim é gastar energia desnecessariamete, gastar suas forças em algo que é demais pra você, ou seja, se cansar. Por isso mesmo que aquela música fala: não tenha sobre ti um só cuidado, qualquer que seja. Por que? Porque somente um que você pegue é muito! Todo o trabalho é de Deus e o seu único trabalho é des-cansar nEle.

Ter paciência é ter paz-ciência. Isso significia ciência de paz, da paz que excede todo entendimento, dada por aquele que sabe de todas as coisas. Se ela ultrapassa todo entendimento, muitas vezes você não vai entender como você pode estar em paz diante de uma situação difícil. A única pista que você tem é a confiança que ela vem do Senhor, que tudo entende e que sabe te consolar com paz em momentos de tempestade. Para que a paz-ciência funcione, é preciso que você conheça aquele que tudo pode e tudo sabe.

Não se desespere é não se des-espere. Ou seja, não deixe de esperar. A confiança em Deus, a fé é a certeza das coisas que esperamos, a convicção de fatos que não podemos ver (Hb. 11:1). É confiar, mesmo em meio à tempestade, que a sua vida vai dar certo porque Deus faz parte da sua história. É entender também que Deus, aquele que tudo sabe, tudo pode (até o impossível), que a todos ama, às vezes fica em silêncio apenas para nos fazer crescer. Isso não quer dizer que Ele não está ao seu lado. Pelo contrário, assim como Ele sonhou junto, Ele sofre junto e aí é que Ele não sai do seu lado mesmo, nem por decreto! As lágrimas nos olhos é que muitas vezes embaçam a nossa vista a ponto de não conseguirmos enxergá-lo. Mas Ele está lá dizendo que tem seu tempo, seu jeito, seu reino e pra você não se pre-ocupar, porque tudo vai dar certo. Basta crer nisso.

Agora leia de novo:

Des-canse, tenha paz-ciência, não se des-espere.

Se é mágico, eu não sei. Mas sei que foram explicadas pelo grande operador dos maiores milagres do universo.

É uma questão de prioridade...

O alarme tocou (ai que saco!). É hora de acordar: 6h da matina. Abre um olho, depois o outro. Decide fazer isso logo de uma vez que é melhor! Pula da cama, corre pro banho, daí pra cozinha, toma café. Já tá atrasado pra aula! O trânsito, como sempre, não perdoa. Aula, aula e já é hora do almoço. Ai que soninho que dá depois... eita! Dormiu demais! Corre pra consulta no médico. Aproveita pra estudar alguma coisa enquanto espera. Hora de ir pra academia. Ai que cansaço. Melhor ver TV. Caramba! Esqueceu o trabalho pra amanhã! Vai dormir mais cedo pra acordar mais cedo e fazer.

Acabou o dia e não sobrou nadinha pra orar, quanto mais pra chegar perto da Bíblia. Mas já?!

É aí que Ageu entra dizendo assim: Ei, vocês fazem muita coisa, mas desfrutam pouco; comem, mas continuam com fome, assim como bebem, mas continuam com sede. Sonham alto, mas não alcançam nem metade. Sabe por quê? Porque vocês tanto fazem, mas esquecem de Deus. A casa do Senhor fica vazia. (Ag 1: 6, 9)

Em outras palavras, o que ele diz é: você não entendeu ainda. Tudo é uma questão de prioridade. Então se esforce!

E o que acontece depois disso, Ageu conta no cap. 2: o Senhor dos Exércitos vai fazer tremer céus, terra, mar e todas as nações, enchendo sua casa de glória. Aquele que é o dono do ouro e da prata trará a paz (Ag. 2: 6-9). E se vocês aplicarem os corações a isso, mesmo que nenhuma árvore dê frutos, Ele os abençoará (Ag. 2: 19). É tão simples e descomplicado. Não sei porque a gente complica!

E essa é a história de Ageu, livro que fica entre Sofonias e Zacarias. No velho testamento. Quase no final. Achou agora?

E a hisória se repete...

Sabe aquela historinha do primeiro casal da Bíblia? É, Adão e Eva. Pra quem não se lembra, ela é mais ou menos assim: Deus fez o mundo, fez o Adão, pegou o mundo e literalmente deu pro tal do Adão, deixando até ele escolher o nome de tudo que ele via pela frente (agora a gente já sabe que esses nomes esquisitos como hipopótamo ou cavalo-marinho não vieram propriamente da mente tão mais criativa de Deus). Achando pouco, Deus, que devia tá muito impressionado mesmo com Adão, arrumou pra ele uma mulher pra ele ter com quer dividir aquilo tudo – daí surgiu a Eva. Acontece que, num belo dia, que prometia ser o mais lindo dos dias (porque todo dia que se passava no paraíso era o mais lindo de todos), Eva foi tentada por uma cobra venenosa que destilou um veneno que pegou bem no ponto fraco de Eva quando disse “será que Deus tá realmente dando tudo que vocês merecem? Acho que não, heim.. ele só não quer que vocês comam aquela fruta pra vocês não ficarem iguais a ele e assim ele pode continuar reinando sozinho sobre a terra. A Eva, bocózinha que já tava acostumada com tudo do bom e do melhor, caiu nessa. Bem, o resto da história todo mundo já sabe: Adão e Eva pecaram por desobedecer, se esconderam, arrumaram umas folhinhas lá de qualquer coisa pra se cobrir e esperaram com todas as forças que Deus não ficasse sabendo de nada do que tinha acontecido.
Só que eles não contavam com a onisciência de Deus. E nós também não somos assim até hoje, apesar de estarmos cansados de saber da história de Adão e Eva? Deus não nos deu e não nos tem dado tudo e, mesmo assim, por achar que merecemos mais, acabamos nos desviando daquilo que ele tem sonhado pra gente?
E aí tentamos nos esconder. Mas Jeremias 16:17 já chega dizendo logo qual é. Ele nos lembra que os olhos do Senhor estão sobre todos os nossos caminhos e que a nossa maldade não se esconde da sua face.
Preste bem atenção, porque ele não disse que o Senhor vê só quando a gente levanta a mão na Igreja ou faz uma besteirinha aqui e outra ali que ninguém se importa. Não. Ele falou que vê (e muito bem) todos os nossos caminhos.
E quando ele termina o versículo falando que nem a maldade a gente consegue esconder, é só pra deixar claro que esse “caminho” a que ele se refere não é a direção que você toma na rua, pegando uma ao invés da outra. Mas as direções que você toma em seus pensamentos e em seu coração.

Julgando, né?

Tava conversando com o Dindinho ontem e a gente tava comentando sobre o problema de todas as Igrejas: a fofoca. Depois eu fiquei aqui pensando que, por trás dessas fofoquinhas, existe um problema que é bem maior do que este. Aí eu lembrei de uma história:
Um dia eu tava batendo perna no shopping (coisa não muito rara de se ver acontecer). Quando eu tava entrando numa das minhas lojas preferidas, vi uma mulher morena, bem de cabelo-mais-ou-menos mesmo, minissaia (é assim que se escreve agora?), barriga de fora, um saltão e, à tira colo, um monte de sacolas e um gringo. “Já vi tudo”, eu pensei. E vc também pensou agora, né?! Mas deixei pra lá, depois, é claro, de comentar com uma amiga que tava comigo.
Alguns dias depois, numa aula da faculdade, o professor passou um documentário feito aqui em Fortaleza mesmo sobre as chamadas mulheres da vida. Num determinado momento do filme, iam aparecendo as próprias mulheres falando para a câmera sobre seus sonhos e desejos. Do nada, aparece na tela uma mulher i-gual-zi-nha à que eu tinha visto outro dia no shopping. Só podia ser ela! A marca da blusa que ela tava vestindo denunciava. Chorando, ela disse mais ou menos assim: “aqui ninguém liga pra gente, não sou considerada bonita. As pessoas passam me olhando no meio da rua perguntando meu preço, com olhar de quem tá por cima, como se eu não tivesse valor nenhum, tirando conclusões sem nem mesmo me conhecerem ou saber como é minha vida. Quando os gringos chegam, é a chance que a gente vê de mudar de vida, de ser amada, porque eu também quero casar, ter uma família, ter meus filhos. Mas aqui não tem outra vida pra mim, vou fazer o que?”
Nem preciso dizer que aquilo me chocou. Eu nunca tinha pensado que ela tinha sonhos. Pelo contrário, eu a julguei exatamente como todo mundo faz. De onde veio essa moral acusadora em mim? De Deus? Fala sério, né?!
Deus é aquele que vê o coração, e não a aparência. E sabe o que acontece? Quando nós julgamos, condenamos a nós mesmos. Primeiro porque não convém ou não edifica o julgar o próximo. Segundo porque não queremos que convenha ou edifique ao próximo um julgamento sobre nós. Terceiro porque Aquele que tá vendo tudo, que tudo sabe e que é justo vai saber julgar você com os mesmos critérios que você usou para o seu próximo.
Você sabe, né.. aquele ditado é “olho por olho, dente por dente”. E não olho por nariz, boca por queixo, bumbum por... deixa pra lá. Já deu pra entender.
Quando julgamos, saímos da condição de graça de Deus, passamos do plano divino para o terreno, do vertical para o horizontal.
Então, cale sua boca, barre seus julgamentos pelas aparências e ouça o coração de Deus e das pessoas.

E eis que...

[...] veio a palavra do Senhor a Lívia na madrugada (é.. 2am. Não tô reclamando, Deus. Eu te louvo). E dizia: "Ei, qual é a tua? Toda hora tô aqui do teu lado, será que tu nao me enxerga? Tá mal, heim?! Que história é essa de pensar que eu me esqueci de ti? Olha, Lívia, vou te dizer uma coisa: sabe aqueles pombinhos que ficam voando por cima dos carros e aí de vez em quando eles fazem um número 2 no ar e aquele negócio amarelo e mole vem parar bem no vidro do seu carro, mesmo no seu campo de visão? Aqueles animaizinhos que ninguém nem lembra que existe até que acontece um negócio desses.. pois é. Eu não me esqueço de nenhum deles (Lc 12:16), quanto mais me esqueceria eu de vc, que vale muito mais do que eles (Mt 10: 29-31). Sabe pq? Sonhei contigo. Tudo em ti foi totalmente ideia minha. Mandei bem, modéstia à parte, né?! (hehe). Feita de um modo tão especial e admirável (Sl 139:14), eu simplesmente te amo demais e não consigo parar de pensar em vc! Você, na sua ingenuidade (ou incredulidade) não consegue contar nem quantas vezes eu te olho, sussuro seu nome, digo que te amo... é mais do que os grãos de areia do mar. Ei, Lívia, sabe aqueles seus cabelos que ficaram ali na escova enquanto vc tava se penteando? Quantos foram mesmo os que caíram, heim? Não sabe, não sabe.. la la la la. Mas eu sei. Então presta atenção, porque eu te criei assim do jeitinho que vc é para vc fazer boas obras, tudo de acordo com aquilo que eu já sonhei pra ti (Ef 2:10). Sou eu que te capacito, te guardo, te levanto, te acho, te curo, sempre passando um paninho pra tirar toda a poeira que eu não quero em ti. E quantas vezes vc ficou escondida e sufocada por causa dessa poeira, heim? Mas eu te redescubro - Ah! Aí está vc! A Lívia que eu fiz. Ideia minha, só minha. E como vc é importante pra mim!"

Agora troque o meu nome pelo seu.

E Senhor, se for pra continuar falando comigo assim, pode continuar também me acordando de madrugada.

E disse Deus:

"Haja Lívia!" E houve.
E como houve, viu?! Aqui estou eu, cheia de historinhas pra contar. :)